Na última quarta-feira, 24, a Alemanha inaugurou o primeiro trem elétrico movido a hidrogênio verde do mundo. O empreendimento conta com 14 veículos que atuam com um baixo nível de ruído, enquanto emitem apenas valor e água condensada, sendo uma forma sustentável e limpa de mover a frota.
Basicamente, o trem elétrico possui um sistema de reabastecimento de hidrogênio, que permite que cada locomotiva percorra um trajeto de 100 km entre as cidades de Cuxhaven, Bremervoerde, Bremerhaven e Buxtehude, que estão situadas no norte do país. Hoje, o estado da Baixa Saxônia possui investimentos avaliados em 93 milhões de euros no projeto fechado pela subsidiária estatal LVNG, a Alstom, que é uma construtora de trens, além da Elbe-Weser Railways and Transport Company (EVB), que conduz as máquinas do trem elétrico, e a empresa de gás e engenharia, Linde.
Desde 2012, a LMVG já tinha planos de desenvolver alternativas aos mais de 4 mil trens movidos a diesel na Alemanha. Hoje, cinco deles serão substituídos pelos novos modelos, sendo que, segundo a empresa, até o fim do ano outros nove serão trocados gradualmente.
Neste sentido, Carmen Schwabl, porta-voz de gestão da LMVG, apontou que a empresa não comprará mais veículos a diesel para fazer, especialmente devido à proteção do clima. Além disso, ela pontuou que a instituição está convencida de que os trens a diesel não serão mais econômicos para operar no futuro. Dessa forma, ela demonstra satisfação pela empresa ter alcançado um marco, que é o trem elétrico, unidos ao seus parceiros, Linde e Alstom.
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Trem elétrico da Alemanha pretende gerar mobilidade livre de emissões
Basicamente, o trem elétrico funciona com apenas um tanque de hidrogênio verde diário, onde os veículos contribuem na redução de carga sobre o meio ambiente, em um cenário onde um quilo de hidrogênio verde substitui cerca de 4,5 litros de óleo diesel. Dessa forma, Henri Poupart-Lafarge, CEO e presidente do conselho da Alstom, apontou que a missão do trem elétrico é atingir um dos objetivos para ter um futuro sustentável, a mobilidade urbana livre de emissões.
Por outro lado, ele ressalta que apenas o hidrogênio verde é, realmente, livre de carbono. Isso porque suas moléculas de água são separadas a partir de um processo conhecido como eletrólise. A princípio, os trens do projeto serão abastecidos com hidrogênio oriundo da produção industrial química. Entretanto, a expectativa é que o hidrogênio seja produzido por eletrólise em Bremervörde a partir do terceiro ano de funcionamento do trem elétrico, sendo um parque solar ou eólico criado para esse fim. Dessa forma, a medida deve aumentar o uso de hidrogênio verde nos trens alemães para 35%.
Trem elétrico também é tema na Siemens
Além do atual trem elétrico inaugurado, o Grupo Siemens, em parceria com a Deutsche Bahn, também possui um projeto similar: um trem elétrico a hidrogênio verde com 800 km de autonomia. Em nota, as empresas informaram que os testes começarão em 2024, e deverão durar um ano. Dessa forma, Martin Schneider, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Siemens Energy, afirmou que o processo de eletrificação das vias para esse tipo de empreitada é muito caro. Por isso, ele aponta que embora haja um esforço para reduzir o custo da eletrificação, ainda custa cerca de 2 milhões de euros para eletrificar um único quilômetro de trilha, e isso não vale a pena para 30% das linhas.
Sendo assim, ele acredita que, hoje, a missão da empresa é estabelecer infraestrutura de hidrogênio correspondente, ou seja, criar condições tecnológicas para produzir e transportar hidrogênio verde de forma econômica. Porém, ele lamenta que o setor ainda esteja nos primórdios desse desenvolvimento. decisões corretas que estão sendo tomadas. Por fim, ele aponta que as políticas devem declarar um compromisso claro, onde os mercados globais precisam usar ferramentas inteligentes para que, consequentemente, a indústria consiga desenvolver tecnologias necessárias para um futuro movido a hidrogênio.
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